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rodrigo leão e rosa: a cumplicidade ao piano. e na vida.

"que inspiração. saio daqui cheio de vontade de fazer coisas." ouvi alguém dizer isto assim que subimos as escadas para sairmos do centro cultural vila flor depois de ouvir rodrigo e rosa leão ao piano.


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podia ter sido eu a dizer aquilo. podia ter sido pelo menos qualquer uma das pessoas que partilhou a fila comigo naquela noite. uma fila que, adianto já, deixou algumas lágrimas escorrem pela cara - e está tudo bem -.


as caras eram maioritariamente mais velhas um pouco por todo o auditório. mas não pude deixar de reparar em pessoas que eram, claramente, família. o pai ou a mãe e o filho ou a filha. caras mais novas também. tal como no palco.


bastou ver rodrigo e rosa leão entrarem em palco para percebermos a cumplicidade. sem uma nota ao piano. sem uma palavra. era notório. e foi bonito. "piano para piano" passa essa mensagem. um álbum cheio de vida e um concerto que é quase uma conversa entre dois pianos - e o computador do músico.


que a vida são as pessoas que por ela passam e os momentos que nela vivemos já todos sabemos. e aquelas duas horas, em guimarães, vieram lembrar-nos disso. porque às vezes também é preciso que nos recordem das coisas que não devíamos nunca esquecer. e não precisávamos que nenhum dos dois nos explicasse que a música era sobre alguém ou sobre alguma pessoa. porque a música - e a arte - tem essa magia e deixam-nos voar sozinhos.


antes desta dupla, carlos maria trindade encheu o palco com o seu "vitral submerso" e, no final, deixei uma palavra aos três. não pude deixar de partilhar com rodrigo leão que fui ali com o meu pai, que estava atrás de mim enquanto pedia que me assinava um vinil. o sorriso foi imediato. e a empatia também nos faz esquecer a famosa frase "não conheçam os vossos ídolos". mais um check bem feito e a certeza que há amores e lembranças que passam de geração em geração.



*texto de opinião_"piano para piano", guimarães.

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