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antónio zambujo levou-nos numa visita de estudo à sua "cidade"

antónio zambujo encheu o centro cultural vila flor, em guimarães, numa noite de surpresas - e uma delas a jogar em casa -.


© paulo pacheco

sozinho em palco, rodeado por instrumentos, o músico trouxe "moda antiga" ao norte. e ainda que sem "um cigarro na orelha enrolado meio de esguelha para depois da refeição", o público aplaudiu a sua entrada que, explicou, fez sozinho para apresentar os seus amigos e companheiros de estrada um a um.


o seu mais recente disco, "cidade", dava o mote para este concerto. mas de outros sons se fizeram aquelas duas horas. revisitamos outros ábuns, outros cantores e outros escritores. foi o caso de "poema dos olhos da amada", que fez o público ficar em absoluto silêncio com bernardo couto na guitarra portuguesa e com um jogo de luzes que me fez, por vezes, desviar o olhar dos atores principais daquela noite. seguiu-se uma visita a 2010, com "em quatro luas" já com joão moreira no trompete. a vontade de ali ficar, toda a noite, a ouvir a voz de antónio zambujo aumentava.


antes de ter todos os músicos em palco, e antes de iniciar a visita à sua "cidade", brindou-nos com "que inveja", momento que serviu para apresentar francisco brito, no contrabaixo. foi "sagitário", depois de chamar joão salcedo para o piano, que fez o cantor alentejano mostrar a sua faceta mais brincalhona em palco: "só mudava aquilo dos amores. de resto, está tudo certo", brincou lembrando a letra da música ("pela minha biologia/eu já devia ler o expresso/a julgar pelo calendário/o meu armário já devia/ter as gravatas por cores/e os amores bem arrumados/mas tenho a lua em sagitário/e o meu calvário é ser feliz").


o concerto continuou, e mesmo quando "algo estranho acontece", antónio zambujo está lá para recordar músicas que aquele público parecia nem conhecer. "barata tonta" e "nas bocas do mundo" não fizeram o público vimaranense aquecer, algo que parece só ter acontecido com "flagrante", canção de 2012.


"céu" foi, logo de seguida, um dos momentos mais bonitos da noite. mas, mais um vez, um público com pressa que nem deixa aproveitar as notas todas do piano e aplaude muito antes de a música acabar. o mais recente álbum de antónio zambujo, no qual todos os temas foram escritos e compostos por miguel araújo, era o principal objetivo da noite e, por isso, "uma valsa urgente" e "lua" seguiram-se no alinhamento.


mostrando o seu lado "carinhoso", apresentou-nos, a rir, marta, a "namorada do sexto ao oitavo ano" e a quem faz referência em "visita de estudo". um passeio que nos levou a espanha e à "madera de deriva" e também às suas influências com "sinal da cruz" e "nem às paredes confesso".


finalmente o público voltava a entrar no concerto e com "zorro" percebeu-se que muitos vieram para a ouvir - e àquela que foi a última do concerto: "pica do 7" -. mas antes de chegar à paragem, houve tempo para "ko", "dancemos um slow" e "leva-me de mim".



© paulo pacheco

o encore fez-se, como já todos ali presentes esperavam, com maria joão, vimaranense que ficou em segundo lugar no the voice portugal. a palco subiu também o primeiro classificado, josé bacelar. juntos, cantaram a música que maria joão levou às provas cegas do the voice, "meninos do huambo". e o lembrete do mentor babado ficou feito: "agora têm que fazer músicas originais", disse enquanto desciam para a plateia.


de "lambreta" e com a "readers digest" na mão, antónio zambujo fechou este concerto que pedia um público que o conhecesse melhor.


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